A recente ocorrência de feminicídio em Natal (RN) reacende discussões sobre a crescente violência contra mulheres no Brasil, conforme revelado pelos dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Embora os índices gerais de criminalidade tenham diminuído 5,4% em comparação ao ano anterior, os registros de feminicídios aumentaram para 1.492, o maior número desde 2015, quando esse crime começou a ser classificado de forma específica.
Além disso, o número de vítimas de estupro e estupro de vulnerável também é desolador, alcançando 87.545 em 2024, o recorde desde o início da coleta de dados em 2011. Esse aumento de 100% no total de casos notificados ilustra uma problemática alarmante, com a maioria das vítimas sendo crianças de até 14 anos.
Luciana Araújo, ativista da Marcha das Mulheres Negras, enfatiza que mais de 60% das vítimas de feminicídio são mulheres negras ou pardas, evidenciando o impacto do racismo estrutural e desigualdade social em casos de violência de gênero. Ela destaca a urgência de implementar políticas públicas eficazes que protejam mulheres independente de sua origem racial ou classe social, assim como garantir a aplicação rigorosa das leis, como a Maria da Penha e as legislações sobre feminicídio.
O caso específico que chamou atenção ocorreu no último sábado (26), envolvendo Juliana Garcia, atacada brutalmente por seu namorado, Igor Cabral, no elevador de um prédio em Ponta Negra. A vítima foi socorrida com fraturas faciais severas e, pela gravidade das lesões, precisou prestar depoimento por escrito. Igor alegou uma crise de claustrofobia durante o ataque, mas médicos indicam que tal condição não justifica comportamentos violentos. Juliana mencionou que já havia enfrentado episódios de violência psicológica e física de sua parte.
É essencial que a sociedade esteja atenta a esses dados e aos casos de violência, reforçando a necessidade de uma mudança cultural e a implementação de políticas públicas efetivas para a proteção das mulheres, visando um futuro mais seguro e igualitário para todos.