A recente operação policial denominada Contenção resultou em um número de mortos superior ao da intervenção na favela do Jacarezinho em 2021, onde 28 pessoas perderam a vida. Esta nova ação é considerada por especialistas como uma das mais letais da história do Rio de Janeiro, conforme destacado por Renato Sérgio de Lima, presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
O cientista político José Nunes enfatiza que operações desse tipo se tornaram parte de uma longa lista de intervenções que muitos classificarão como massacres. Ele argumenta que as consequências são sempre as mesmas e questiona a continuidade de táticas que não produzem mudanças significativas. “Essas ações apenas perpetuam um cotidiano repleto de medo e insegurança”, afirmou Nunes, acrescentando que a solução para a criminalidade deve ser buscada em estratégias mais eficazes e menos violentas.
Além das críticas, o governador Cláudio Castro reconheceu que o estado do Rio de Janeiro está além de sua capacidade de combate ao crime, criando a sensação de que a luta contra a criminalidade está isolada. “Estamos excedendo nossas competências, mas continuaremos excedendo na nossa missão de servir e proteger o nosso povo”, disse Castro, embora Nunes tenha qualificado essas declarações como mais uma manobra de marketing político do que ações realmente substanciais.
Durante a operação, a polícia prendeu Thiago do Nascimento Mendes, conhecido como “Belão do Quitungo”, que é uma figura de confiança de um dos líderes do Comando Vermelho. Ao todo, 81 prisões foram realizadas, incluindo líderes de facções de outros estados. As forças de segurança também apreenderam 31 fuzis, rádios comunicadores e mais de 200 kg de drogas.
A realidade é desafiadora, mas essa iniciativa gera um debate sobre a necessidade de metodologias mais eficazes para combater o crime e garantir a segurança dos cidadãos. Embora as estatísticas sejam alarmantes, existe a esperança de que a reflexão e a mudança de abordagem possam eventualmente levar a um futuro mais seguro para as comunidades afetadas.